A experiencia de "Tratamento Residencial"



Possivelmente por ter passado pela experiencia de tratamento residencial, consigo compreender empiricamente a sua importancia. O Adicto tem muito menos chances de parar de consumir, e sobretudo não recomeçar depois de parar, se não estiver num ambiente seguro como é o de um tratamento residencial (de 12 passos, advogo eu...). Se estiver fora de um cenário que lhe providencie cuidados terapeuticos, nomeadamente; acompanhamento médico, psicologico, e por vezes até psiquiatrico (em casos em que outras patologias para além da adicção sejam identificadas) e também que seja seguro e onde não se possa consumir e/ou actuar em comportamentos compulsivos alteradores do estado de espirito, será extremamente dificil recuperar, sendo que a recaida é muito mais exequivel. De há uns anos a esta parte, enquanto Técnico, nomeadamente Psicoterapeuta (Addiction Counselor), acompanho Clinicamente os casos de quem faz tratamento residencial e quem não faz, e o sucesso do primeiro caso é 3 vezes superior.
No tratamento residencial assume-se pelo menos a existencia de 4 aspectos:
- a desintoxicação e abstinência dos consumos/comportamentos
- o acompanhamento terapeutico
- envolvimento terapeutico da Familia
- o aftercare (pos-tratamento)
Para quem não está envolvido em tratamento residencial, quer faça tratamento ambulatorio ou não, os Grupos de Auto Ajuda (que este blog divulga no canto superior direito do écran) assumem basilar importancia uma vez que são fonte de identificação, bem como lugar onde a modelagem (o recém chegado pode seguir o exemplo dos adictos com mais tempo de recuperação) ocorre. De resto estes Grupos são também frequentados por Pacientes que fazem tratamento residencial (durante e depois).

Infelizmente, mas compreensivelmente, o tratamento residencial tem um custo que muitos (a grande maioria) não podem suportar autonomamente, tendo por isso que candidatar-se a camas comparticipadas por entidades comparticipadoras ou financiadoras, o que no caso das primeiras implica uma lista de espera.

Finalmente, aqueles que puderem entrar num tratamento residencial, não hesitem 2 vezes: têm maior probablidade de entrar em recuperação.


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